O mês de abril traz consigo uma importante causa a ser destacada: a conscientização sobre a amputação e a jornada que se segue após essa experiência desafiadora. Sob a bandeira do “Abril Laranja”, comunidades em todo o mundo se unem para oferecer suporte, educação e esperança àqueles que vivenciam a amputação e suas famílias.
A amputação é uma realidade para milhões de pessoas em todo o mundo, seja devido a condições médicas, acidentes traumáticos ou outras circunstâncias. No entanto, embora a amputação possa representar um momento de grande mudança e desafio, também é o início de uma nova jornada, repleta de superação, resiliência e adaptação.
O “Abril Laranja” destaca a importância de fornecer apoio e assistência adequada a indivíduos amputados, desde o momento da cirurgia. A campanha traz uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre os recursos disponíveis, promover a acessibilidade e celebrar as conquistas das pessoas que vivem com amputação.
De acordo com o cirurgião ortopedista Dr. Bruno Souto a perda de um membro pode impactar significativamente na vida de uma pessoa, afetando não apenas a mobilidade como também a qualidade de vida. “A perda de um membro não é apenas uma questão de limitação física; ela pode afetar outras esferas da vida do indivíduo, incluindo fatores sócio-emocionais e outras limitações que impeçam a pessoa amputada de participar plenamente das atividades do dia a dia e de outras atividades que ela praticava antes da amputação. Isso sem considerar o desafio da inclusão e da adaptação de espaços para a inclusão das pessoas com a mobilidade reduzida, outro fator que pode prejudicar muito a vida da pessoa amputada”, completa.
Aumento do número de amputados impulsiona novas alternativas de tratamentos. Brasil já realiza técnica de osteointegração que “transforma” amputados em biônicos.
Se o aumento do número de amputados vem aumentando progressivamente, faz-se necessário o investimento em novas técnicas e produtos médicos voltados para pessoas amputadas. No contexto desse cenário preocupante, destaca-se a Osteointegração, cirurgia que chegou ao Brasil há pouco mais de um ano e vem se apresentando como uma abordagem revolucionária na reabilitação de amputados de membros inferiores.
Essa técnica inovadora, que chegou ao Brasil como alternativa à prótese convencional, surge como uma esperança para os pacientes enfrentando amputações. O avanço da técnica coloca Minas Gerais e o Brasil na rota do mercado para amputados e amplia as possibilidades para a evolução das técnicas cirúrgicas que transformam a vida das pessoas amputadas.
Falar da prevenção é essencial: A cada hora, 3 brasileiros sofrem amputação de pernas ou pés
O Brasil registra um crescimento alarmante no número de amputações de membros inferiores, com mais de 282 mil cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro de 2012 e maio de 2023, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Dados revelam um aumento de mais de 200% em alguns estados, colocando 2023 como o pior ano da série histórica iniciada em 2012.
O país enfrenta uma média diária de 85 amputações, com um recorde de 31.190 procedimentos realizados somente em 2022. Os números projetados para 2023 sugerem um cenário ainda mais desafiador, com 12.753 cirurgias entre janeiro e maio, superando os registros do mesmo período em 2022.
Este cenário, de índices alarmantes e progressivos de amputações, desafia os serviços de saúde a intensificarem a prevenção e tratamento dessas condições, garantindo o acolhimento adequado e a conscientização da população
O “Abril Laranja” é uma oportunidade para destacar a importância da prevenção de amputações, seja por meio de medidas de segurança no trabalho, educação sobre saúde preventiva ou acesso a cuidados médicos de qualidade.